30 de novembro de 2015

De partida...

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Trans Siberiano




13 de outubro de 2015

13 meses ao ano...


Não gosto de dormir e considero o acto uma perda de tempo, um passo claramente errado na evolução humana. Dizem as vozes informadas que o ser humano deve dormir cerca de 8 horas por dia. Assim é para quem tem trabalhos fisicamente desgastantes... mães. Mas para aqueles que só se têm de preocupar em pensar o número 8 é uma tirania. Eu não durmo em regra mais que 6 horas. No final do ano, as duas horas a "menos" que passo sem dormir transformam-se em 730 horas de possibilidades (admito até ridículas, mas tudo é melhor do que não fazer nada). Agora dividam por 24... É isso mesmo, duas horas a "menos" por dia resultam sensivelmente num mês de vida a "mais" por cada ano que passa!  E se temos que inevitavelmente morrer aos 60 (homens, digo...), pois além deste número os joelhos cedem, os dentes caem e tudo o resto são detalhes... Então para quê dormir? Rejuvenesce algo, dizem eles... algo na cabeça, nas células. Algo que depois matam com álcool e gorduras saturadas nas ressacas que passa... a dormir!

9 de outubro de 2015

Sem peixe...

Perto de Lisboa...

"As horas passam e o peixe não vem. Será que o cardume fez greve?" Pergunta um desajeitado pescador ao seu companheiro de penhasco. Parece que aconteceu algo mas ninguém sabe bem o quê. Olham o fundo do horizonte como se este deveras existisse, o fundo, quero eu dizer, já que horizonte parece ser real. "Que se passa... hã?" "Não se passa nada!" Respondem os do costume, perturbados pela quebra do silêncio de mais um pescador faz de conta. Que irritante o ruído da voz que se sobrepõe ao mar. "Vamos atira-lo para o mar?" Pensam eles secretamente, aqueles que sempre ali pescaram, aqueles que afinal de contas até nasceram no penhasco. Não vale a pena o esforço, concluem. O cardume já não vem...

24 de setembro de 2015

New hardware...

"If there is water there is hope"

Meet me by the river... today,
Before the night shivers its waters... to stay.
Don't trust the path you toke so careless the night before,
The restless steps they learn to fear more and more...
And the books are taken,
Bones are fine but shaking and the bruise...
Turns to see those fading shoes.



20 de setembro de 2015

Seddiner...

Basta pedalar 12km para chegar a mais um dos recantos que Potsdam preserva longe dos olhares sôfregos de turistas. Atravessada a pacatez abafadora que caracteriza a localidade de Michendorf, o Seddiner See surge na paisagem como lufava de ar fresco, um farrapo azul numa vila desbotada pelo lento passar das horas. São pouco mais de 26 hectares de água translúcida que apetece abraçar, caminhar, sobre ela planar, ou então, apenas apreciar a sua vontade expressa em pequenas ondas de faz de conta. São locais como este, espalhados um pouco por todo Brandenburgo, que fazem cada vez mais incompreensível a escolha de morar dentro de uma grande cidade.


15 de setembro de 2015

Movimento

Existe um movimento imparável, contínuo, de direcção única para a destruição. Se ignorarmos por agora o termo destruição, há quem chame a este movimento a pressão da vida. Escreve Vernadsky em 1926 na sua obra prima A Biosfera:

"Cosmic energy determines the pressure of life that can be regarded as the transmission of solar energy to the Earth's surface".

Não falamos pois da pressão no sentido redutor e moderno da palavra, isto é, trabalho, sociedade ou consumo, mas sim pressão no sentido de força que faz a vida na terra, como um todo, interagir, adaptar-se e evoluir. Na sua manifestação mais cósmica e polémica, segundo o mesmo autor, a vida é postulada como uma força tão fundamental no universo como a força, por exemplo, da gravidade. Escrevem Levchenko e colegas 2012:

"Life, as Vernadsky viewed it, is a cosmic phenomenon which is to be understood by the same universal laws that applied to the physical world.

E quanto à destruição? Não liguem, apenas pensei que ficava bem na frase.

8 de setembro de 2015

Pela mão de Colombo...

Colombo era navegador e cartógrafo de profissão. Assim sendo é racional especular sobre dezenas de proto-mapas que este de certo concebeu durante as suas quatro viagens ao continente Americano. Infelizmente, apenas um esboço desses mapas feito pelo grande homem sobreviveu até aos dias de hoje. O esboço vem reproduzido, em todo o seu esplendor minimalista, na Historia da Cartografia por Leo Bagrow, Harvard Press 1964.




Concebido em Dezembro de 1942, o esboço mostra uma secção da costa noroeste da ilha de Hipaniola, ou ilha de São Domingos, hoje Haiti. Podemos facilmente encontrar vestígios modernos das referências que Colombo faz no seu mapa. A cidade de Monte Cristi ainda lá está, bem como a ilha de Tortuga (hoje Îlle de da Tortue). Quanto à vila de Navidad, esta foi destruída pouco depois da sua fundação por Colombo.
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